segunda-feira, 15 de agosto de 2011

“Sê como Ana filha!”







E o Senhor me dizia repetidamente:

 “Sê como Ana, filha”. 

Haveria eu de pedir um filho ao Senhor? Já conhecendo a história de Ana, necessário se fez estudá-la minuciosamente para tantar entender qual era a  palavra que o Senhor queria ministrar ao meu coração.   

Nos primeiros instantes percebi que Senhor falava sobre "postura diante da tribulação", pontos em processo de transformação, mudança profunda, perdas, libertação na minha vida e não sobre maternidade. Vou dividir com você.

 A história de Ana está em 1 Samuel Capítulo 1 e 2 da Blíblia, mas eu vou explicar para você, com linguagem mais simplificada:

Um homem chamado Elcana, tinha duas esposas: Penina e Ana. Penina tinha filhos, mas Ana era estéril. Porém, percebemos que essas duas esposas viviam em tendas (casas) separadas e se encontravam apenas uma vez por ano, onde iam até Siló[1], na festividade habitual de louvor, oração, adoração e sacrifício, que era praticado pelas famílias reunidas; maridos, esposas e filhos. O texto deixa claro que para Ana era muito doloroso aquele momento, pois Penina a provoca cruelmente, vangloriando-se do fato de que ela possuía filhos e Ana não. No entanto, Elcana declara constantemente se amor e sua preocupação. Ocorre que, aquela festividade era para ser feita com alegria e regozijo, mas Ana apesar de receber porção dobrada dos alimentos, pois Elcana fazia de tudo para compensá-la a falta do filho. Ana chorava e não comia, passava aquele momento bastante abatida.         
Vemos que em nenhum momento ela se alterava, Ana NÃO revidava  Penina. Em dado momento de provocação, Ana se levanta e vai ao templo. Percebam, duas coisas: No momento de confronto Ana não revida mas vai a casa de Deus (Humildade, sabedoria, obediência com excelência) e a segunda coisa; sabendo que as mulheres naquele tempo eram tão submissas aos seus maridos ao ponto de chamá-los de “meu senhor”, vemos o respeito que seu marido tinha por sua fé, uma vez que ele não a impediu de ir ao templo. Fiquei pasma!                                                                                                                                              
 Ana entra então ao templo, onde em seu secreto estava em seu limite, onde diante do Senhor faria algo que mudaria a sua vida.  Neste templo havia um sacerdote chamado Eli, que a observava.   Ela, orou e orou, e chorava se derramava diante do Senhor toda a sua amargura. Ana então promete ao Senhor que se Ele lhe desse um filho homem ela o entregaria de volta para servi-lo. 

(12) E sucedeu, PERSEVERANDO ela em orar perante o Senhor, Eli fez atenção à sua boca.

Eu Imaginei a continuidade de Ana em clamar, ao ponto de o sacerdote (Eli ) reparar em seus lábios a constância de palavras. Não estaria ele acostumado em ver pessoas orando? Imagino que sim! Ele não podia ouvir o que ela dizia e ele a acusou de estar embriagada. Ela se defende e conta o que estava acontecendo.                               
Neste instante Ana acha GRAÇA[2], e logo comeu e se alegrou e adoraram ao Senhor e ela engravida. E deu a luz a um menino e deu-lhe o nome Samuel. Quando este desmama, com o consentimento de Elcana, ela o entrega no templo ao sacerdócio. E foi neste, instante que ela compôs um cântico, olha que lindo:


O Salmo de Ana
(Samuel 2:1-10)
“Então, orou Ana e disse: O meu coração se regozija no SENHOR, a minha força está exaltada no SENHOR; a minha boca se ri dos meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação. Não há santo como o SENHOR; porque não há outro além de ti; e Rocha não há, nenhuma, como o nosso Deus. Não multipliqueis palavras de orgulho, nem saiam coisas arrogantes da vossa boca; porque o SENHOR é o Deus da sabedoria e pesa todos os feitos na balança. O arco dos fortes é quebrado, porém os débeis, cingidos de força. Os que antes eram fartos hoje se alugam por pão, mas os que andavam famintos não sofrem mais fome; até a estéril tem sete filhos, e a que tinha muitos filhos perde o vigor. O SENHOR é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir. O SENHOR empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. Levanta o pobre do pó e, desde o monturo, exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória; porque do SENHOR são as colunas da terra, e assentou sobre elas o mundo. Ele guarda os pés dos seus santos, porém os perversos emudecem nas trevas da morte; porque o homem não prevalece pela força. Os que contendem com o SENHOR são quebrantados; dos céus troveja contra eles. O SENHOR julga as extremidades da terra, dá força ao seu rei e exalta o poder do seu ungido.” 


Perceba que coisa linda: o salmo de Ana não é dirigido á dor, tristeza ou amargura, mas em todo tempo Ana fala do caráter de Deus, ela o exalta, o louva. Não dá para não reparar que Ana escreve este salmo quando entrega o seu filho tão sonhado para o Senhor, ela reconhece que deveria devolver ao Senhor aquilo que era Dele mesmo. Aquilo que pelas suas próprias mãos ele lhe deu!                                                 
 Ana declara que o Senhor é: Santo, fiel, sua Rocha, Onisciente, Gracioso, Galardoador, Todo-Poderoso, Soberano, o Grande modificador de qualquer circunstância.                                                                                                                        
Ana em meio a tudo aquilo ainda traz a profecia no verso 10 da vinda de Jesus. Com o exposto, percebemos que é nos piores momentos das nossas vidas que a graça do Senhor se revela. É nas nossas fraquezas que Deus age. É nos piores momentos eu a nossa fé é revelada. É nas tribulações que surgem os cânticos mais lindos e profundos. E não foi assim com Ana? Foi assim com o apóstolo Paulo também, olha isso:

   [...] ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.”
     (II Co. 12:9-10)

Como as vidas de Paulo e Ana dizem com clareza: o poder de Deus é revelado em nossas fraquezas, dentro de nós, ao nosso redor, em meio as adversidades, as tempestades as lutas, etc. Quanta graça.

A graça de Deus não procura ressaltar nossos pontos fortes, Sua graça busca nossos pontos mais fracos, para que fique absolutamente claro para todos e principalemnte para nós que é Deus quem realiza grandes coisas em nós e através de nós.                                                                                                                     
 Contudo, as coisas que causaram a Ana as maiores tristezas, as maiores dores, são exatamente as mesmas coisas que Deus usa para lhe trazer grandes alegrias posteriormente. Para aqueles que confiam Nele, sempre será desse jeito. Isso é extraordinário, não é mesmo?

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito". (Romanos 8:28)   

Não nos fortalece? 
                                                     
Tudo que hoje tem sido motivo de humilhação e dor para você na presença do Senhor só terá uma finalidade: Exaltar o nome do Senhor com vitória e honra.
                                    
Mas a questão é:
Que Deus pode te abençoar nós já sabemos.
Que Deus é bom e sempre nos ouve nós já sabemos.
Mas, o principal é que lugar Ele tem na sua vida?
O quanto você busca e confia?
Porque se você não colocar a sua expectativa Nele, como glorificará o seu nome ao final? Escolha!             

Logo.
                                                                             
 Sê como Ana filha:                    
                                                                            
- Ana suportou com mansidão e humildade as humilhações entregando-as à Mim e não há outro;                                                                                                   
- Ana alcançou o meu sobrenatural pela perseverança, confiança e fidelidade;   
                   
- Ana Me exaltou pelo o que Sou, pois me conheceu verdadeiramente;
                                              
É através das suas fraquezas, das suas triblulações, das suas tristezas e amarguras, tudo isso que você acha que é DESGRAÇA que virá a GRAÇA. É aí onde Deus operará maravilhas. E fará uma história linda de restituição e milagres  para contarmos a sua história um dia para inspirar outros.

Deus me disse: “Sê como Ana”. Amanhã Ele provavelmente dirá para outro: “Sê como Nathália”... “Sê como Maria”...”Sê como Priscila”.................Amém? Amém!





[1] Siló é mencionada na Bíblia Hebraica como um lugar de reunião para o povo de Israel onde havia um santuário contendo a Arca da Aliança até ela ser tomada pelos Filisteus do campo de batalha em Afeca (provavelmente Antipátrida). Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Sil%C3%B3_%28cidade_b%C3%ADblica%29 >
[2] Graça é um conceito teológico fortemente enraizado no Judaísmo e no Cristianismo, definido como um dom gratuito e sobrenatural dado por Deus para conceder à humanidade todos os bens necessários à sua existência e à sua salvação. Esta dádiva é motivada unicamente pela misericórdia e amor de Deus à humanidade, logo, movida por Sua iniciativa própria, ainda que seja em resposta a algum pedido a Ele dirigido. E também por esta razão, a Graça é um favor imerecido pelo Homem, mas sim fruto da misericórdia e amor divinos. Dependendo das correntes teológicas cristãs, existem aqueles que defendem que a graça é irresistível; outros que a graça é somente para algumas pessoas escolhidas e totalmente predestinadas por Deus; e há ainda aqueles que acreditam que a graça é universal (ou seja, predestinada para toda a humanidade), mas que pode ser recusada livremente pelo Homem. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Gra%C3%A7a#Sentido_teol.C3.B3gico_da_palavra >

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